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Ribeiro Cristóvão

A UEFA e o seu "sistema"

22 out, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Nomear para o desafio entre alemães e portugueses um árbitro vindo da terra da Gazprom, a empresa que patrocina o Schalke 04, representa mais do que uma temeridade.

A jornada de ontem da Liga dos Campeões ficou marcada por alguns factos verdadeiramente relevantes.

Desde logo, a obtenção de quarenta golos em oito jogos, a proporcionar a melhor colheita de sempre e uma média notável de cinco por desafio; depois, o rei dos artilheiros, o brasileiro Luiz Adriano que, à sua conta, foi o responsável por cinco dos tentos da goleada que o Shakhtar infligiu ao Bate Borisov, no terreno do adversário.

Também numa noite para a história, fica o reaparecimento de Ricardo Quaresma.

Marcou apenas um golo, mas que valeu por duas vitórias: a primeira, a da sua equipa, que pode dormir descansada na Liga dos Campeões, e a outra sobre a teimosia do seu treinador, que a partir de agora vai ter dificuldade em persistir na ideia de que aquele jogador português não merece a titularidade numa equipa onde até dá mostras de ser indiscutível.

E há também o outro lado, que tem a ver com a arbitragem de um juiz russo, Sergei Karasev de seu nome, em Gelsenkirchen, marcada por erros grosseiros que prejudicaram seriamente uma equipa portuguesa, neste caso o Sporting, cuja permanência na Champions para além da fase de grupos ficou a partir daqui seriamente comprometida.

Nomear para o desafio entre alemães e portugueses um árbitro vindo da terra da Gazprom, a empresa que patrocina o Schalke 04, representa mais do que uma temeridade.

Trata-se de um golpe subreptício que, vindo de uma UEFA avessa a respeitar critérios, surpreenderá pouca gente. O Sporting tem por isso razões para lamentar uma actuação onde o benefício da equipa germânica foi sempre a primeira preocupação dos russos.

Mas os leões têm também a sua quota-parte de culpa no desaire trazido da Alemanha: Rui Patrício não esteve em noite particularmente feliz, e Maurício encarregou-se de tornar mais fácil aquilo que sempre pareceu difícil para os seus adversários, ao fazer-se expulsar da forma mais primária possível.

Perante todos estes contratempos não seria possível fazer muito melhor.