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Francisco Sarsfield Cabral

Eleições em Moçambique

16 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A Frelimo está no poder desde a independência (1975) e ainda há meses houve um reacender do conflito armado com a Renamo, na oposição, já superado.

Desde o início do século a economia de Moçambique cresce à média anual de 7%. É certo que parte de uma base muito baixa e que a pobreza ainda afecta a maioria dos moçambicanos. Mesmo assim é um crescimento económico notável, impulsionado por importantes descobertas de gás natural.

Mas no plano social e político as coisas não têm corrido tão bem. A Frelimo está no poder desde a independência (1975) e ainda há meses houve um reacender do conflito armado com a Renamo, na oposição, já superado. A Frelimo confunde-se com o Estado e os frutos do crescimento económico tardam a chegar à população. E é grande o grau de insegurança das pessoas, com raptos para obter dinheiro com resgates.

Às eleições de ontem para a Presidência da República concorreram muitos partidos, mas só três têm hipóteses de ganhar – os dois referidos e o emergente MDM (Movimento Democrático de Moçambique). A grande novidade destas eleições presidenciais é, pela primeira vez, falar-se na possibilidade de uma segunda volta, se o candidato da Frelimo não tiver mais de 50% dos votos. Já seria um sinal positivo.