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Francisco Sarsfield Cabral

Intervenções presidenciais

15 out, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Além de considerar inaceitáveis os atrasos na colocação de professores, Cavaco Silva chamou a atenção para o fundo do problema.

Esta semana, o Presidente da República, que muitos acusam de passividade, teve duas intervenções relevantes. Desmentiu a ideia transmitida pelo primeiro-ministro e pela ministra das Finanças de que os contribuintes portugueses iriam perder dinheiro se o Novo Banco for vendido abaixo do capital lá metido pelos bancos – por causa de entre estes se encontrar a Caixa Geral de Depósitos.

Por outro lado, Cavaco Silva, além de considerar inaceitáveis os atrasos na colocação de professores, chamou a atenção para o fundo do problema: é preciso debater o sistema centralizado em que assenta esse sistema. Raros comentários haviam referido este ponto, que é o essencial. A grande maioria desses comentários visou sobretudo a incompetência do ministro.

O monstro burocrático que é o Ministério da Educação convém, claro, aos sindicatos da CGTP. Não só por causa da sua ideologia estatizante, como porque, assim, controlam melhor o que ali se passa. Mas é preciso mudar de sistema, que como está é ingerível, descentralizando-o. Não é uma mudança fácil, por isso precisa de ser pensada e discutida a sério.