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Ribeiro Cristóvão

Tomar a devida nota

09 out, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Os jogadores vivem desafogadamente, os treinadores não têm grandes razões de queixa e os empresários estão no melhor dos mundos. Apenas os clubes caminham para um beco de difícil saída.

O futebol tem vivido, nos últimos anos, muito acima das suas capacidades.
Salvo raras excepções, as dificuldades avolumam-se em quase todos os países em que tem grande expressão e há mesmo casos em que a ruptura ameaça a curto prazo.

Periodicamente surgem notícias dando conta do desaparecimento de alguns clubes, incapazes de enfrentar os problemas criados pelos seus responsáveis.

Há um facto que parece incontestável: de um modo geral, os jogadores vivem desafogadamente, os treinadores também não têm grandes razões de queixa, e os empresários, esses então, estão no melhor dos mundos. Ou seja, apenas os clubes caminham para um beco de difícil saída, criado por eles próprios.
Claro que esta não pode ser vista como uma regra geral, mas aproxima-se da realidade.

Um das razões por norma mais visíveis do atrofiamento dos clubes reflecte-se nos salários em atraso, uma praga disseminada por todo o lado, mas quase todos procuram esconder.

Soube-se agora que no Brasil quase metade dos clubes que tomam parte no Brasileirão não têm cumprido com as obrigações que contraíram, devendo verbas avultadas aos seus jogadores. E, neste número, é público, estão incluídos alguns históricos que vivem dias difíceis: Corinthians, São Paulo, Fluminense, Botafogo são alguns dos que fazem parte desse lote.

O futebol português não é excepção neste panorama desgraçado.
Só que, entre nós, o silêncio tem muita força.
E, por isso, não há nomes nem números.