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Francisco Sarsfield Cabral

Sem surpresa

26 set, 2014

O PS promete medidas que aumentarão a despesa pública, se for Governo. Por isso o peso dos impostos continuará enorme, travando o crescimento da economia.

O défice das contas públicas diminuiu nos primeiros oito meses do ano, face ao mesmo período de 2013. É positivo.

Mas não é nada positiva a maneira como se reduziu o défice: graças ao grande aumento da receita fiscal.

A despesa pública continuou a trepar, embora a ritmo menor do que até Julho. Longe vão as promessas de baixar o défice orçamental 2/3 pelo lado da despesa e 1/3 pelo da receita dos impostos.

Isto, que não é surpresa, acontece em larga medida por causa dos chumbos do Tribunal Constitucional a cortes nos salários da função pública e nas pensões, que são as principais despesas do Estado. Mas também reflecte outros dois factores: o Governo não ter iniciado, logo no princípio do seu mandato, uma verdadeira reforma da Administração Pública (que leva anos a concretizar); e a resistência corporativa a reduções na despesa – de que, aliás, várias decisões do Tribunal Constitucional são manifestação.

O PS promete medidas que aumentarão a despesa pública, se for Governo. Por isso o peso dos impostos continuará enorme, travando o crescimento da economia.