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Ribeiro Cristóvão

Sem surpresa

11 set, 2014

Paulo Bento cessou hoje funções como seleccionador nacional pondo assim termo a um contrato assinado para um período de dois anos mas que acabou por ter a duração de pouco mais de três meses.

A má campanha brasileira a que se juntou a inenarrável derrota frente à modesta Albânia determinaram este desenlace que, por isso, não causa grande surpresa.

A confiança no até aqui responsável pela seleccão nacional  havia sofrido um forte rombo devido à má prestação no Mundial, e acabou por se esfumar quase por completo no começo do apuramento para o Europeu de 2016.

As circunstâncias deixaram de jogar a favor de Paulo Bento nos últimos tempos:

a persistente lesão de Cristiano Ronaldo, sempre o homem-chave selecção portuguesa, a falta de jogadores de qualidade, e alguns erros cometidos por ele próprio, contribuíram para este desfecho.

Era mais do que evidente que, se tudo voltasse a correr mal nos jogos que se seguem com a França e com a Dinamarca, a posição tanto do seleccionador como da própria direcção federativa tornar-se-ia insustentável. Assim, para evitar chegar a esse momento de ruptura com consequências ainda mais gravosas, o mal foi atalhado por uma decisão abrangente e sem turbulência.

Importa agora pensar na sucessão, que tem obrigatoriamente de ocorrer num curto espaço de tempo e sem precipitações.

Nomes para ocupar o cargo há vários. Mas, pela experiência colhida, sobretudo nos últimos tempos, parece recomendável a escolha de alguém com experiência e, igualmente, com a maturidade que faltou àquele que acaba de deixar o cargo.