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Francisco Sarsfield Cabral

A austeridade e os governos

27 ago, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Criticar a austeridade é tarefa reservada a quem não governa.

O Presidente Hollande, na campanha eleitoral e nos primeiros meses do seu mandato, era contra a austeridade e defendia o primado do crescimento económico sobre a redução do défice orçamental. Depois mudou de orientação (ou foi obrigado a isso) e após uma derrota do PS nas autárquicas, em Março, nomeou primeiro-ministro Manuel Valls, um socialista da ala liberal.

Valls ainda não fez grandes reformas nem aplicou medidas sérias de austeridade. Mas era criticado publicamente por ministros seus, que queriam retornar à posição inicial de Hollande. Agora esses dissidentes foram excluídos do executivo. Entretanto, a economia francesa estagna e o desemprego sobe.

Em Itália outro político de centro-esquerda, o primeiro-ministro Renzi, diz-se reformador, mas ainda nada de significativo concretizou. Já recuou nas privatizações.

Na Alemanha e na Holanda os socialistas fazem parte das coligações governamentais e não atacam a austeridade imposta por Merkel. Criticar a austeridade é tarefa reservada a quem não governa. É o que vemos em Portugal. O PS mudará de posição se e quando for governo.