As PME e as demoras

O investimento empresarial caiu dramaticamente nos últimos três anos. Parece haver, agora, alguns indícios de retoma, mas fracos e restritos a empresas de grande dimensão.

Não há crédito, dizem os empresários. Mas os bancos sabem que as empresas portuguesas são as mais endividadas da UE (bem mais do que o Estado) e que o crédito malparado tem subido. São muito baixos os capitais próprios nas nossas empresas, em comparação com a maioria das suas congéneres nos países europeus. Não surpreende, assim, que os bancos concedam menos crédito às empresas, sobretudo às PME. Uma tendência que os problemas do BES vêm agravar.

Há dois anos que se fala na criação de um “banco de fomento”, que afinal será uma Instituição Financeira de Desenvolvimento. A constituição deste organismo foi aprovada em Conselho de Ministros em Novembro passado. O ministro da Economia prometeu então que a nova entidade estaria operacional em Junho deste ano. Afinal, ainda se aguarda a licença para ela funcionar. Porque demora tudo tanto tempo em Portugal, mesmo tratando-se de matéria urgente?