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Ribeiro Cristóvão

Cautelas

23 jul, 2014 • Ribeiro Cristóvão

De imediato, algo terá de ser feito para tirar a Liga de Clubes do buraco em que se encontra. Ali, falta dinheiro para tudo, inclusivé para o pagamento de salários aos seus trabalhadores.

Até agora, nem um só dos três clubes considerados grandes decidiu vir a público dar nota das suas posições quanto à participação que todos tiveram na reunião realizada ontem sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol.

As páginas oficiais de Porto, Benfica e Sporting não referiram essas presenças em encontro tão importante, certamente mais por cautela do que propriamente por ignorarem que se tenha realizado, em Lisboa.

No rescaldo dessa cimeira, para além de declarações de circunstância da própria Federação e de um dos presidentes de clube presentes, muito pouco se sabe.

O dado mais importante, e tornado público, tem a ver com a dupla decisão de ter sido constituída uma comissão composta por representantes de sete clubes, e da marcação de uma primeira reunião juntando apenas os três maiores do nosso futebol.

A sustentabilidade do futebol português, colocado perante uma crise sem precedentes, que se vem agravando nos últimos anos, procurando outras formas de gestão que acabem de vez com a recusa em enfrentar as novas realidades, terá sido o ponto de partida para um debate que nem precisou de ser muito longo.

Dar este passo, sobretudo num momento em que a casa do futebol ameaça começar a arder é fundamental, e fica como um bom sinal de que os responsáveis pela crise que perdura, desenterraram finalmente a cabeça da areia e estão dispostos a mudar de vida.

A crise do BES poderá ter constituído a pedra de toque para a reviravolta que se prenuncia, mas essa não será certamente a única razão que encostou os dirigentes às cordas.

De imediato, algo terá de ser feito para tirar a Liga de Clubes do buraco em que se encontra. Ali, falta dinheiro para tudo, inclusivé para o pagamento de salários aos seus trabalhadores.

A persistir esta situação, é caso para perguntar como vai ser possível arrancar, daqui por menos de um mês, com os campeonatos profissionais?