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Ribeiro Cristóvão

Os prémios FIFA

16 jul, 2014

Na edição brasileira de 2014 a polémica não poderia ficar ausente. Como quase sempre, aliás. E vai daí deparam-se-nos dois desses prémios não apenas injustos mas sobretudo escandalosos.

A FIFA poderia ficar-se pela atribuição do título de campeão mundial de futebol no torneio que organiza a cada quatro anos para premiar o mérito daqueles que ao longo de uma prova curta conseguem ser os mais fortes após sete jogos disputados.

Mas não. Desde sempre, a principal organização do futebol internacional levou a efeito a atribuição de outros prémios, os mais diversos, na maioria dos casos dando a ideia de prémios de consolação destinados a amenizar a amargura daqueles que começaram como favoritos mas não foram depois capazes de justificar em campo essa designação.

Na edição brasileira de 2014 a polémica não poderia ficar ausente. Como quase sempre, aliás. E vai daí deparam-se-nos dois desses prémios não apenas injustos mas sobretudo escandalosos.

Estão, nestes casos, o prémio individual atribuído a Messi, considerando-o o melhor jogador da Copa, e outro, também difícil de entender, o que designou a selecção da Colômbia como o exemplo do fair-play que se passeou pelos estádios do Brasil.

Soa tudo isto a uma espécie de compensação. No primeiro caso, não tendo a Argentina conseguido vencer na final do Rio de Janeiro, o desaire poderia ser amenizado com a eleição de Messi, já quanto aos colombianos o prémio fair-play viria preencher o vazio provocado pela não escolha de James Rodriguez como o melhor de todas as 32 selecções participantes, quando da selecção da Colômbia fez parte um dos jogadores mais violentos, Zuniga que, como todos nos lembramos, colocou Neymar fora de combate e da possibilidade de ajudar o Brasil a evitar o desastre de que foi vítima frente à Alemanha.

Apesar de tudo isto, não é justo atirar pedras ao Presidente da FIFA, Joseph Blatter, acusando-o de todas as maquinações possíveis.

É que os prémios da controvérsia são da exclusiva responsabilidade de um comité independente no seio da FIFA, o Grupo Técnico de Estudos, que existe há 47 anos, e é constituído por antigos treinadores e praticantes de futebol oriundos de 13 países, entre os quais Espanha, França, Argentina e México.

Por uma vez, deixe-se Blatter em paz e atirem-se pedras noutra direcção.