O receio de promiscuidade entre política e negócios manifestado por Seguro é curioso.
Quando surgiram os nomes de Paulo Mota Pinto, Vítor Bento e Moreira Rato para a nova administração do BES, o líder do PS protestou. Seguro mostrou-se incomodado com aqueles três nomes, “todos associados à actual maioria política”.
Na quinta-feira passada Vítor Bento, o futuro presidente executivo do BES, foi dizer a Seguro que, com ele, “nunca houve, nem haverá, interferências partidárias de lado nenhum”.
O receio de promiscuidade entre política e negócios manifestado por Seguro é curioso. O PS de Sócrates praticava essa promiscuidade de forma sistemática, nomeadamente com Ricardo Salgado (associado a várias iniciativas do ex-primeiro ministro, como a tomada do BCP por pessoas da sua confiança ou a falhada intervenção na TVI).
Já o actual governo recusou ajudar R. Salgado e o grupo Espírito Santo com um empréstimo da Caixa Geral de Depósitos. Não se ouviu uma palavra de Seguro sobre qualquer destes dois casos.
E quem se preocupa tanto com a promiscuidade, como justifica o actual e activo papel no PS de Jorge Coelho, ex-CEO e agora membro do Conselho Consultivo da Mota-Engil?