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Francisco Sarsfield Cabral

O Japão, a UE e a defesa

03 jul, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Washington insiste com os seus aliados europeus para contribuírem mais para a capacidade militar da NATO, mas a Europa prefere manter-se à sombra dos EUA, mesmo com uma Rússia mais agressiva.

Depois da derrota na II Guerra Mundial o Japão adoptou, por influência dos Estados Unidos, uma constituição proibindo o uso da força militar, excepto em legítima defesa.

O actual Governo japonês decidiu interpretar aquele preceito de forma mais lata – passando a admitir ajudar militarmente países atacados por um inimigo comum.

Pode-se lamentar o nacionalismo por vezes exagerado do primeiro-ministro do Japão. E a relutância dos japoneses em reconhecerem atrocidades cometidas na II Guerra Mundial. Mas esta mudança é compreensível como reflexo de defesa face ao crescente poderio bélico da China.

Em contraste, na Europa nada se vislumbra como reforço da defesa militar perante uma Rússia mais agressiva. Só os Estados Unidos têm meios para defender da Rússia países como a Polónia ou os bálticos. Washington insiste com os seus aliados europeus para contribuírem mais para a capacidade militar da NATO – sem sucesso.

Descuidando a sua defesa, pois é mais barato viver à sombra dos EUA, a Europa comunitária acentua a sua irrelevância no mundo de hoje.