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Ribeiro Cristóvão

Sempre as contas

23 jun, 2014 • Ribeiro Cristóvão

No rescaldo do jogo em Manaus, tudo aponta para o regresso daqui por breves dias da selecção portuguesa. Mesmo de calculadora na mão.

O empate a dois golos cedido pela selecção portuguesa frente aos Estados Unidos traz de volta uma velha e repetida prática do nosso futebol, que se resume a tentar encontrar numa simples máquina de calcular um sopro de esperança que lhe permita chegar longe nas competições em que participa.

Chegados a este ponto, isto é, a uma distância considerável da concorrência mais directa e perante escassas possibilidades de Portugal prosseguir neste Mundial, não valerá muito a pena manter erguida a bandeira da esperança.

O desafio que resta, com o Gana, reveste-se também de grandes dificuldades, havendo ainda necessidade de deitar olhos ao embate entre Alemanha e os Estados Unidos e ficando, assim, numa dependência que não augura nada de bom.

A selecção portuguesa ainda conseguiu acender a luz da esperança no dealbar da partida, mas as evidentes carências físicas de uma grande parte dos nossos jogadores permitiram a reviravolta dos norte-americanos e deitaram tudo a perder.

A décima lesão muscular registada no grupo comandado por Paulo Bento, reflecte uma situação para a qual é difícil encontrar explicações e que merece ser objecto de estudo profundo e esclarecimento público indispensável.

No rescaldo deste jogo em Manaus, tudo aponta para o regresso daqui por breves dias da selecção portuguesa, sem cumprir o seu primeiro e principal objectivo, que sempre foi o de atingir os oitavos de final.

Um fiasco que não deixará de abrir espaço a uma longa discussão e que exigirá respostas dos responsáveis às muitas dúvidas que se vinham avolumando à medida a que o rendimento da selecção continuava a definhar.