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Francisco Sarsfield Cabral

Alexandre Soares dos Santos

19 jun, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Foi com “perplexidade, tristeza e indignação” que li um texto de algumas dezenas de católicos protestando – com aquelas mesmas palavras – contra o prémio “Fé e Liberdade” atribuído ao patrão da Jerónimo Martins pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Admiro há muito o empresário Alexandre Soares dos Santos (ASS). Recordo que, quando correu mal ao grupo Jerónimo Martins a operação no Brasil (pondo em risco o seu futuro), com honestidade e transparência ASS apresentou aos trabalhadores um plano de recuperação da empresa, implicando sacrifícios temporários. O plano foi compreendido e aceite. Pouco tempo depois, ASS iniciava o extraordinário sucesso que tem sido a operação na Polónia.

Não há empresário português que leve mais a sério a sua responsabilidade social – não para efeitos de “imagem” ou para descansar a consciência, mas por imperativo ético. Inúmeros trabalhadores da Jerónimo Martins podem testemunhar que o interesse de ASS pelas suas dificuldades não se fica em palavras.

Num notável artigo, Graça Franco, Directora de Informação da Renascença, apontou aqui como, fora da empresa, a responsabilidade social de ASS se traduz em múltiplos, mas discretos, apoios a iniciativas e entidades. E tem a sua expressão maior na Fundação que criou e que muito já deu a Portugal.

Assim, foi com “perplexidade, tristeza e indignação” que li um texto de algumas dezenas de católicos protestando – com essas mesmas palavras – contra o prémio “Fé e Liberdade” atribuído a ASS pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. A menos que esses católicos perfilhem a tese marxista de que um empresário é por natureza um explorador, tese que não consta da Doutrina Social da Igreja nem o Papa Francisco defende.