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Francisco Sarsfield Cabral

A crise do jornalismo

16 mai, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O jornalismo não vai acabar. Há excesso de informação e tem que haver quem a seleccione. Mas não há dúvida de que o jornalismo está a passar um mau bocado.

Na passada quarta-feira, demitiram-se (ou foram demitidas) as directoras do jornal francês Le Monde e do americano New York Times. É pena, até porque se trata de mulheres que pela primeira vez exerciam tal cargo naqueles jornais. Cada saída teve, com certeza, circunstâncias específicas. Mas ambas têm como pano de fundo a grande crise por que passa hoje o jornalismo.

A entrada em cena da internet e das novas tecnologias, uma boa coisa, levou a uma menor leitura de jornais em papel, que ninguém sabe se ainda existirão daqui a vinte anos. A publicidade caiu a pique, limitando os meios humanos e materiais dos meios de comunicação social. A isto junta-se a necessidade de publicar tudo rapidamente, porque na net a cada minuto surgem notícias e comentários. A tentação do sensacionalismo, da superficialidade, do fait-divers, é assim maior. E em Portugal temos nada menos de cinco canais noticiosos de televisão…

O jornalismo não vai acabar. Há excesso de informação e tem que haver quem a seleccione. Mas não há dúvida de que o jornalismo está a passar um mau bocado.