Tempo
|

Francisco Sarsfield Cabral

Um imposto nado-morto?

12 mai, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Em 2011, Merkel e Sarkozy decidiram criar um imposto sobre transacções financeiras, de modo a levar os bancos a pagar um pouco da crise que criaram. Até hoje não há acordo entre os 11 países europeus que assinaram a medida.

O sector financeiro, e em particular os bancos, teve responsabilidades na crise global, chamada do “subprime” e iniciada nos EUA em 2007. Depois, na América e na Europa vários grandes bancos foram salvos da falência com dinheiro dos contribuintes, para evitar um colapso financeiro generalizado. Gerou-se, assim, um sentimento de animosidade contra os bancos.

Para repor alguma justiça, pondo os bancos a pagar um pouco da crise que criaram, onze países da UE, incluindo Portugal, decidiram instituir um imposto sobre transacções financeiras.

A ideia foi lançada por Merkel e Sarkozy (então Presidente de França) em 2011. Mas ainda não existe acordo entre os onze sobre o campo de incidência do imposto, o seu nível, a forma e o local da cobrança, etc.

Certo é que, a concretizar-se, este imposto será muito mais baixo e suave do que inicialmente era previsto. E que, pelo menos numa primeira fase, deverá limitar-se à compra e venda de acções. Mas é legítimo pôr em dúvida se algum dia o imposto sobre transacções financeiras será mesmo uma realidade.