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Francisco Sarsfield Cabral

Um sarilho europeu

29 abr, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O problema está em saber como avançar na integração quando esta tem cada vez menos apoio popular na UE, levando à subida nas sondagens dos políticos anti-europeístas.

Em 1979 realizaram-se as primeiras eleições por sufrágio directo e universal para o Parlamento Europeu (PE); até aí os deputados europeus eram escolhidos pelos parlamentos nacionais. De 1979 para cá os poderes do PE foram reforçados; no entanto, as eleições directas dos seus deputados registaram um nível sempre crescente de abstenção.

A possibilidade de essa tendência ser travada nas próximas eleições para o PE tem a ver, paradoxalmente, com a maior força que agora têm os partidos ditos eurocépticos num grande número de Estados membros da UE. Esses partidos põem em causa a integração europeia, pelo menos nos moldes em que ela se processou nas últimas décadas.  

Também os europeístas advogam mudanças na UE, mas de sinal contrário. Dizem eles ser indispensável um salto em frente na integração europeia, seja para dar solidez ao euro, seja para espevitar um crescimento económico agora anémico na Europa. O problema está em saber como avançar na integração quando esta tem cada vez menos apoio popular na UE, levando à subida nas sondagens dos políticos anti-europeístas.