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Francisco Sarsfield Cabral

O neo-isolacionismo dos EUA

09 abr, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A guerra no Afeganistão, liderada pelos americanos e de combate aos talibãs, tinha justificação, mas foi prejudicada pela acção militar de George W. Bush no Iraque, que passou a ser a grande prioridade de Washington e que se revelaria desastrosa.

A guerra do Afeganistão aproxima-se do fim, sem que alguém possa declarar vitória. As grandes potências nunca venceram no Afeganistão: os britânicos no séc. XIX, a União Soviética na década de 80 do séc. XX e agora a NATO.

O combate aos talibãs, liderado pelos americanos, tinha justificação, pois foi do Afeganistão islâmico radical que partiram os terríveis ataques terroristas nos Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001. Mas a guerra no Afeganistão foi prejudicada por uma outra acção militar de George W. Bush, essa sem justificação séria e que se revelaria desastrosa – a invasão do Iraque, que passou a ser a grande prioridade de Washington.

Hoje, tanto o Iraque como o Afeganistão vivem situações de grave conflitualidade interna, para as quais não se vislumbra saída. O fracasso da única superpotência nestes dois teatros de guerra, apesar do seu esmagador poderio militar, leva os americanos a um retorno ao isolacionismo.

Passarão muitos anos até os EUA de novo aceitarem intervir militarmente no estrangeiro. Putin já o percebeu.