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Francisco Sarsfield Cabral

Obrigado, Putin!

01 abr, 2014 • Francisco Sarsfiled Cabral

A postura do Presidente russo na questão da Crimeia voltou a dar sentido à NATO, que estava enfraquecida e os EUA perceberam que a velha Europa ainda tinha importância.

A integração europeia foi estimulada pela necessidade de a Europa ocidental se defender da ameaça soviética, tendo a URSS praticamente ocupado grande parte da Europa de Leste.

Os Estados Unidos, que enfrentavam a URSS na guerra fria, impulsionaram a integração europeia, desde logo com o Plano Marshall, sobretudo para conterem o expansionismo soviético.

A guerra fria acabou e com ela extinguiu-se a ameaça soviética. Os países da União Europeia sentiram-se mais à vontade para divergirem. E naturalmente esmoreceu o empenho americano na integração europeia.

Putin não representa um regresso ao comunismo, mas quer ressuscitar o antigo império comandado por Moscovo. O caso da Ucrânia/Crimeia mostrou que ele não olha a meios para atingir os seus fins.

O que veio dar de novo sentido à NATO, enfraquecida pela guerra do Afeganistão. A onda de eurocepticismo viu-se confrontada com a ameaça russa e a decorrente exigência de maior integração europeia, desde logo na defesa e no abastecimento energético.

E os EUA perceberam que a velha Europa ainda tinha importância. Obrigado, Putin!