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Francisco Sarsfield Cabral

Europa indefesa

28 mar, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Os gastos na defesa são cada vez menores na Europa. França e Alemanha gastam menos de menos de 2% e Espanha fica-se por 0.9%. A NATO não foge à regra e a excepção são os Estados Unidos, que ainda gastam cerca de 3,5% do PIB.

Imaginemos que Putin decidia atacar um dos países bálticos, alegando ir proteger os russos que lá vivem. Não é uma hipótese provável, claro, mas – depois do que Putin fez na Geórgia e na Ucrânia – já esteve mais longe.

Os três bálticos, Lituânia, Letónia e Estónia, fazem parte da NATO. O art.º 5º do Tratado da NATO considera que um ataque a um país membro da organização equivale a um ataque a todos os outros.

Ora, a NATO gasta cada vez menos na defesa desde o fim da guerra fria. Não é tanto o caso dos Estados Unidos, que ainda gastam com a defesa cerca de 3,5% do PIB (em valor absoluto, uma soma enorme, sem paralelo no mundo).

Mas países como a França gastam menos de 2%. A Alemanha fica-se por 1,3% do PIB. A Espanha por 0.9%. Os efectivos europeus e o seu equipamento e manutenção têm baixado drasticamente.

Por isso, Obama apelou esta semana aos europeus para que assumam mais encargos militares. A guerra fria acabou, mas a Rússia continua uma ameaça.

Infelizmente, duvido que o apelo de Obama seja correspondido. É mais barato e mais cómodo viver debaixo da protecção americana.