Agora, como no futuro, será essencial a solidariedade da família europeia. A saúde da União só será robusta se nenhum dos seus membros estiver doente.
A preparação da saída da “troika” e do regime de protectorado em que temos vivido exige sentido de Estado e consensos alargados entre os partidos do arco da governação.
Exige também que nos deixemos de ilusões! Não há condições para uma saída “limpa”, à irlandesa. Portugal ainda paga quase 5% para dívida a 10 anos, cerca de 2% acima do que pagava a Irlanda antes de sair. O próprio FMI dá o alerta, a dívida portuguesa só é sustentável com taxas de juro da ordem dos 3,4 a 3,5%. A diferença é óbvia!
Por isso, é essencial um programa cautelar, com crédito a juros comportáveis, que segure a confiança dos “mercados” e evite o regresso da especulação desenfreada de 2011. Isto tendo presente que os “mercados” não são entes morais, antes predadores dos mais frágeis. E nós somos frágeis!
Neste ponto, o PS não tem ajudado - ao exigir uma saída “limpa”, está a encostar o PSD às cordas!
Agora, como no futuro, será essencial a solidariedade da família europeia. A saúde da União só será robusta se nenhum dos seus membros estiver doente.
E, por cá, os portugueses ainda têm doença que basta, pelo menos para 20 anos!