Emissão Renascença | Ouvir Online

Fernando J. Regateiro

Sim a um programa cautelar

27 mar, 2014

Agora, como no futuro, será essencial a solidariedade da família europeia. A saúde da União só será robusta se nenhum dos seus membros estiver doente.

A preparação da saída da “troika” e do regime de protectorado em que temos vivido exige sentido de Estado e consensos alargados entre os partidos do arco da governação.

Exige também que nos deixemos de ilusões! Não há condições para uma saída “limpa”, à irlandesa. Portugal ainda paga quase 5% para dívida a 10 anos, cerca de 2% acima do que pagava a Irlanda antes de sair. O próprio FMI dá o alerta, a dívida portuguesa só é sustentável com taxas de juro da ordem dos 3,4 a 3,5%. A diferença é óbvia!

Por isso, é essencial um programa cautelar, com crédito a juros comportáveis, que segure a confiança dos “mercados” e evite o regresso da especulação desenfreada de 2011. Isto tendo presente que os “mercados” não são entes morais, antes predadores dos mais frágeis. E nós somos frágeis!

Neste ponto, o PS não tem ajudado - ao exigir uma saída “limpa”, está a encostar o PSD às cordas!

Agora, como no futuro, será essencial a solidariedade da família europeia. A saúde da União só será robusta se nenhum dos seus membros estiver doente.

E, por cá, os portugueses ainda têm doença que basta, pelo menos para 20 anos!

Arregacemos as mangas!