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Ribeiro Cristóvão

Do céu ao inferno

20 mar, 2014 • Ribeiro Cristóvão

Benfica a Futebol Clube do Porto jogam hoje para a Liga Europa em situações diametralmente opostas: para os lisboetas, trata-se apenas de acautelar a vantagem trazida de White Park Lane e, se possível, acrescentar “nota artística” à sua exibição frente ao Tottenham, enquanto para os portistas a tarefa se apresenta bem mais complicada.  

Jogar no San Paolo é sempre ter de enfrentar uma tarefa hercúlea, independentemente das circunstâncias. A equipa italiana costuma transcender-se, correspondendo assim ao apelo constante e bem sonoro dos “tiffosi”, tornando-se num quebra-cabeças para qualquer adversário.

Para os sulistas transalpinos, vizinhos do Vesúvio, o motivo do combate é quase sempre o mesmo:

tentar demonstrar a sua permanente recusa em aceitar o predomínio dos poderosos nortenhos que, para si e a partir de Roma, incluem especialmente os colossos de Milão e de Turim.

Esta rivalidade é histórica e não dá mostras de ver reduzida a sua intensidade.

Mantendo todas essas características, o mesmo se verifica quando o adversário vem de fora a Itália.

Por isso, Nápoles se tornou num problema para qualquer adversário que ali jogue, e não entre em campo dispondo de uma confortável vantagem.

É o que acontece hoje com o Futebol Clube do Porto.

Mesmo a vencer por 1-0, resultado da primeira mão, o dragão terá de corresponder com chama forte, tudo fazer para voltar aos tempos em que foi possível alcançar grandes sucessos, e partir daí para a reviravolta que se torna cada vez mais inadiável.

Estamos, assim, perante uma jornada europeia a suscitar enorme expectativa.

Do céu da Luz ao inferno do San Paolo vai uma pequena distância no tempo.

O objectivo é o mesmo: seguir em frente, e ficar à espera de novos adversários.