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Francisco Sarsfield Cabral

A linha germânica

18 mar, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Quem manda na Europa é a Alemanha. Ponto final. Não é uma situação saudável, mas é a realidade. Hoje, Passos fala de Portugal com Merkel.

O encontro do primeiro-ministro Passos Coelho com a chanceler da Alemanha Angela Merkel, hoje em Berlim, é importante para a forma como Portugal sairá do programa de ajustamento.

Bem mais importante do que, por exemplo, qualquer reunião de Passos com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ou o presidente da UE, van Rompuy.

Quando Sarkozy era presidente de França ainda se tentava fingir que o eixo franco-alemão era o motor da integração europeia. Hoje essa ilusão está ultrapassada: manda a Alemanha, ponto final. É uma situação saudável? Claro que não, mas é a realidade.

É certo que Merkel quer o euro, não deixa sair da moeda única países como a Grécia (embora isso implique mais dinheiro alemão) e procura travar as tendências britânicas para se desligar da UE.

Em contrapartida, Merkel não aceita mutualizar dívidas soberanas, directa ou indirectamente; e os socialistas seus parceiros de coligação (SPD) comprometeram-se, por escrito, a seguir essa linha.

Por isso é uma ilusão pensar que a Europa comunitária irá adoptar outra posição, pelo menos nos próximos anos.