Nos primeiros anos deste século moderei na Renascença um programa semanal de debate, com o ex-Presidente da República Jorge Sampaio, o ex-primeiro-ministro Francisco P. Balsemão e o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.
Era o programa “A três dimensões”, onde se discutiam, não a política partidária ou “fait divers”, mas acontecimentos, em Portugal e no mundo, que levantavam problemas de civilização – desde o terrorismo à integração europeia, desde a qualidade da democracia às desigualdades económicas.
Foi para mim um gosto moderar este programa. E várias vezes Jorge Sampaio e Francisco P. Balsemão me confidenciaram o apreço que tinham em conversar com D. José Policarpo. Pessoa com grande capacidade de diálogo, D. José era também um homem de cultura, que compreendia – embora nem sempre aprovasse – o ponto de vista dos outros.
Sendo uma destacada figura da Igreja, não se voltava para dentro, estava atento aos “sinais dos tempos” na sociedade e no mundo.
Como seria bom moderar um programa com D. José Policarpo sobre o primeiro ano de pontificado do Papa Francisco...