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Henrique Mota

Um Patriarca que valorizava os leigos

13 mar, 2014

Henrique Mota recorda a importância de D. José Policarpo no apoio aos jovens e na promoção da sua actividade na Igreja.

Gostaria de lembrar e sublinhar muitos aspectos da vida do senhor Dom José Policarpo, na sua expressão humana, social e académica; mas o que me parece mais importante é recordar a memória que guardo dele como pastor nos primeiros anos em que serviu como bispo auxiliar de Lisboa.

Nessa altura, no início da década de 80, cabia-lhe acompanhar a pastoral juvenil do Patriarcado de Lisboa, da qual eu, jovem leigo universitário, era então o responsável diocesano. Dom José Policarpo teve um papel muito importante na determinação de que o novo serviço de pastoral juvenil da diocese, então em fase de criação, deveria ser dirigido por um jovem leigo, assim acompanhando e apoiando o Cardeal Ribeiro nessa intuição fundamental que determinou um rumo novo e inovador para a pastoral juvenil de Lisboa e que a marcou durante um longo período.

Nesse tempo e em particular, Dom José Policarpo impulsionou e acompanhou a organização de uma grande peregrinação juvenil a Roma, em 1983, convocada pelo patriarca Ribeiro para agradecer a visita do Papa João Paulo II ao nosso país no ano anterior. Na altura, o então bispo auxiliar teve uma presença constante e feliz em todo o processo. Primeiro, incentivando os organizadores e convocando os párocos na concretização de uma ideia que parecia impossível e inatingível e, depois, acompanhando e desafiando os jovens para o essencial.

Recordo estes dois momentos para sublinhar, na vida pastoral do Patriarca Policarpo, a sua consideração e respeito pelo papel dos leigos na vida da igreja, a sua proximidade e atenção aos jovens e a sua fidelidade e dedicação ao Papa, expressa também numa grande admiração e estima que expressava sempre pelo Papa Wojtyla.