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Francisco Sarsfield Cabral

Uma decisão que envergonha

27 fev, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

A Guiné Equatorial é uma antiga colónia de Espanha, independente desde 1968, rica em petróleo, gás e madeira. Mas de democrática não tem nada.

João Soares escreveu a Xanana Gusmão, apelando a que não admita a Guiné Equatorial na CPLP. A decisão já foi tomada, mas deverá ser formalizada numa cimeira da CPLP em Timor-Leste, no próximo mês de Julho.

Não teria dúvidas em subscrever a carta de João Soares, pois considero uma vergonha a entrada da Guiné Equatorial na CPLP. Esta antiga colónia de Espanha, independente desde 1968, é rica em petróleo, gás e madeira. Mas de democrático o regime ali vigente não tem nada.

Em 2010, a Guiné Equatorial, que desde 2006 tem o estatuto de país observador da CPLP, considerou o português como a sua terceira língua oficial a par do espanhol e do francês. Mas poucos ali falam português.

Recentemente, o presidente-ditador daquele país suspendeu a pena de morte – mas não a aboliu. Aliás, há quem fale em nove execuções sumárias na Guiné Equatorial nos últimos dias.

Já aqui tenho exprimido dúvidas sobre a eficácia da CPLP. Agora, ao admitir um país não democrático e violador dos direitos humanos, a organização perde qualquer autoridade moral. Lamentável.