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Francisco Sarsfield Cabral

Regresso ao comboio?

31 jan, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

O excesso de auto-estradas é a marca visível dos investimentos do Estado antes da crise. Hoje, um grupo de trabalho aponta como prioridades o caminho-de-ferro e os portos.

A crise portuguesa, declarada em 2011, tem reduzido ao mínimo os investimentos do Estado. A culpa é de quem, antes, os multiplicou de maneira louca, sem qualquer aceleração do crescimento económico. O excesso de auto-estradas é o caso mais conhecido: a região de Lisboa e Vale do Tejo é hoje a mais densa da Europa em auto-estradas. Muitas vias construídas têm um tráfego escasso. E os portugueses vão pagar durante décadas as rodovias feitas em regime de parceria público-privada (construa agora, pague depois), em que os riscos ficaram quase todos do lado do Estado, ou seja, dos contribuintes.

O investimento em infra-estruturas continua a ser necessário, desde que assente numa séria análise de custos e benefícios. O Governo já tem as conclusões de um grupo de trabalho que apontou como prioridades o caminho-de-ferro e os portos.

Enquanto se multiplicavam as auto-estradas, o transporte ferroviário foi definhando, ao contrário do que aconteceu na maioria dos países da UE. O governo de Guterres disse que iria apostar no combóio. Mas Sócrates fez o contrário.