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Opinião

A crise da integração

28 jun, 2011

Se o Parlamento de Atenas não aprovar o plano de austeridade negociado com a “troika” para receber a última “tranche” do primeiro empréstimo do FMI, UE e BCE, a bancarrota da Grécia poderá ser declarada já esta semana.

A crise da integração
Mas se o plano passar, os problemas da Grécia e do euro não ficam resolvidos, apenas adiados por pouco tempo.

Por um lado, a oposição na Grécia a mais medidas de austeridade continuará e poderá intensificar-se no Parlamento e na rua. Por outro lado, a incapacidade da União para dar uma resposta de facto europeia à crise grega suscita desconfiança nos mercados.

A moeda única deveria ter como contrapeso alguma coordenação das políticas económicas dos países do euro. Mas tal não existe. E é improvável que venha a existir, no clima hostil à integração europeia que hoje se sente mesmo em países que há 20 anos eram muito europeístas, como a Holanda.

O pior é que não se vislumbra por parte dos actuais dirigentes europeus a capacidade de liderança, a coragem e o rasgo para enfrentar com êxito esta gravíssima crise da integração europeia.