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Francisco Sarsfield Cabral

As eleições europeias

09 jan, 2014 • Francisco Sarsfield Cabral

Há quem preveja o crescimento dos votos nos partidos eurocépticos nas próximas eleições para o Parlamento Europeu. O alheamento dos cidadãos quanto à integração europeia transformou-se em oposição activa à União Europeia, à esquerda e à direita.

Este ano, as eleições para o Parlamento Europeu, em Maio, vão ser palco de uma forte investida dos partidos chamados eurocépticos. Há quem calcule que, em conjunto, esses partidos podem obter um terço dos votos.

É uma perspectiva pouco simpática, mas poderá ter pelo menos duas vantagens: envolver os líderes políticos nacionais no debate sobre a Europa (que costuma estar quase ausente nas campanhas eleitorais para o PE); e travar a crescente abstenção nas eleições dos deputados europeus, a qual não parou de subir desde que, em 1979, a votação passou a ser por sufrágio directo.

O alheamento dos cidadãos quanto à integração europeia transformou-se nos últimos anos em oposição activa à União Europeia, à esquerda e à direita (em Portugal e Espanha, apenas à esquerda). Se há quem esteja contra, importa que apareça quem esteja a favor.

Por isso os partidos portugueses que são pró-europeus deveriam preparar as eleições para o PE não pensando apenas em termos nacionais – mas entrando a sério em propostas realistas para tirar a integração europeia da crise grave que a afecta. Será pedir demais?