A importância dos líderes

Durante séculos, os historiadores interessavam-se sobretudo pelos reis, imperadores, chefes militares (e as batalhas que ganhavam ou perdiam). Há cento em tal anos, em parte por influência do marxismo (para o qual a instância económica determinava todo o resto), a maioria dos historiadores mudou de agulha. Passou a focar as transformações económicas e sociais, menorizando o papel dos líderes políticos.

De um exagero passou-se ao exagero contrário. Hoje, a tendência predominante é dar importância às evoluções económicas e sociais, mas não esquecer o papel decisivo que os líderes políticos por vezes têm. Basta lembrar Churchill, primeiro ministro do Reino Unido, quando parecia que os alemães iriam vencer a II Guerra Mundial.

Mandela é outro exemplo. Um homem que, após 27 anos de cadeia, não procura vingar-se, antes apela à reconciliação entre negros e brancos, foi importantíssimo para evitar que o “apartheid” acabasse na África do Sul num enorme banho de sangue. Viu-se, de resto, como os presidentes daquele país que sucederam a Mandela não travaram a degradação do regime.