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Francisco Sarsfield Cabral

Investir bem

06 dez, 2013

Entre 2014 e 2020 Portugal irá receber quase 20 mil milhões de euros em fundos comunitários.

É uma ajuda preciosa a uma economia descapitalizada como a nossa, onde o investimento anda pelas ruas da amargura – comprometendo o futuro.

Mas não basta receber o dinheiro. É preciso aplicá-lo bem, isto é, em projectos que, a prazo, tragam maior riqueza ao país. Na minha opinião, não foi isso que aconteceu com muitos fundos de Bruxelas que recebemos nos últimos anos.

No início, ou seja, depois de 1988, eram evidentes as carências de Portugal em áreas como as infra-estruturas de transportes ou o saneamento básico. A partir de certa altura, porém, começou a aplicar-se o dinheiro da UE em projectos de escassa ou nula rentabilidade económica ou social. No fundo, gastava-se esse dinheiro fácil porque ele estava disponível, sendo pena desperdiçá-lo.

A racionalidade dos empreendimentos assim financiados foi muitas vezes ignorada. Daí, por exemplo, termos uma rede exageradamente densa de auto-estradas.

Esperemos que a lição tenha sido aprendida.