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Francisco Sarsfield Cabral

A alegria do Evangelho

27 nov, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Na sua primeira exortação apostólica, o Papa Francisco é simples, mas não superficial. Critica a “nova tirania” do capitalismo selvagem e a “idolatria do dinheiro”. Mas rejeita o pessimismo estéril e sublinha que não se pode evangelizar com cara de enterro.

Uma economia de desigualdade e exclusão é “uma economia que mata”. Quem o diz é o Papa Francisco na sua primeira exortação apostólica. E o inconfundível estilo próprio deste Papa está bem presente na simplicidade (mas não superficialidade) da sua linguagem directa e forte.

O Papa é contundente nas críticas que faz ao capitalismo selvagem que hoje predomina no mundo – chama-lhe a “nova tirania”. Como denuncia a “idolatria do dinheiro” e a “sacralização do mercado”.

Não são críticas novas: há muito que os Papas e a Doutrina Social da Igreja as formulam. Mas porventura as palavras do Papa Francisco conseguirão acordar mais consciências.

Este é um documento pastoral, visando em primeiro lugar a acção da Igreja. Com espírito dialogante, o Papa diz-se aberto a sugestões para reformar a Igreja. E observa que não se pode evangelizar com cara de enterro.

Porque a mensagem central desta exortação é a alegria do Evangelho. Por muitos que sejam os males do mundo e da Igreja, o Papa rejeita o pessimismo estéril. A alegria da “boa nova” supera todas as desgraças.