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Francisco Sarsfield Cabral

Desintegração europeia

20 nov, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Em França, 77% da população consideram que a União Europeia não é boa para a economia do país. Daqui a uns anos, a Grã-Bretanha pode abandonar o bloco. Nos partidos, os eurocépticos ganham força.

Da França partiu, em 1950, o grande apelo de Robert Schuman (então ministro dos Negócios Estrangeiros francês) à reconciliação franco-alemã e à integração europeia. Jean Monnet, outro francês, foi o arquitecto dos passos iniciais dessa integração.

Mais tarde, também partiu de França a vontade de criar uma moeda única europeia, para se libertar da “ditadura” do marco alemão.

Mas hoje, apenas 41% dos franceses apoiam a União Europeia. A maioria (77%) diz que ela enfraqueceu a economia francesa.

Esta tendência tem antecedentes: no referendo sobre o euro, em Setembro de 1992, o “sim” ganhou por uma unha negra. E outro referendo em França, treze anos depois, chumbou a “constituição” europeia.

A Alemanha manda na UE, mas não lidera. Agora trava a união bancária, considerada decisiva para o futuro do euro. E a Grã-Bretanha poderá sair da União daqui a poucos anos, depois de um referendo.

Entretanto, os partidos eurocépticos sobem nas sondagens, em França, na Holanda, na Grã-Bretanha e noutros países. Mas não parece haver líderes europeus sequer capazes de reconhecer a crise, quanto mais de a combater.