O chamado debate político-partidário atingiu um nível tão baixo que faz lembrar o fim da Monarquia. Reina a demagogia, o insulto, a má educação, a ordinarice…
“Parece que ninguém sabe que Portugal está numa crise e dá a ideia que todos reagem como se o Estado pudesse satisfazer as suas reivindicações”. São palavras sensatas de D. José Policarpo, pronunciadas no sábado em Setúbal.
De facto, ouvindo e lendo aquilo que se diz no espaço público, e que os “media” amplificam em alto grau, choca essa indiferença pelo bem comum – e se houvesse mais preocupação com ele, a actual austeridade poderia custar “metade do preço e dos sofrimento”, salientou D. José.
O chamado debate político-partidário atingiu um nível tão baixo que recorda o que se passava no fim da Monarquia. Reina a demagogia, o insulto (que não poupa ninguém), a má educação, a ordinarice…
O governo actual cometeu muitos erros, sem dúvida. Um deles foi ter descurado a pedagogia sobre a crise da dívida. Mas “não encontro ninguém das oposições – todas elas – que apresentasse soluções”, afirmou D. José Policarpo.
Estão focadas em tácticas de curto prazo – por exemplo, derrubar o actual governo. Para depois fazerem o quê? É urgente pensar no bem comum.