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Francisco Sarsfield Cabral

Bem comum

29 out, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

O chamado debate político-partidário atingiu um nível tão baixo que faz lembrar o fim da Monarquia. Reina a demagogia, o insulto, a má educação, a ordinarice…

“Parece que ninguém sabe que Portugal está numa crise e dá a ideia que todos reagem como se o Estado pudesse satisfazer as suas reivindicações”. São palavras sensatas de D. José Policarpo, pronunciadas no sábado em Setúbal.

De facto, ouvindo e lendo aquilo que se diz no espaço público, e que os “media” amplificam em alto grau, choca essa indiferença pelo bem comum – e se houvesse mais preocupação com ele, a actual austeridade poderia custar “metade do preço e dos sofrimento”, salientou D. José.

O chamado debate político-partidário atingiu um nível tão baixo que recorda o que se passava no fim da Monarquia. Reina a demagogia, o insulto (que não poupa ninguém), a má educação, a ordinarice…

O governo actual cometeu muitos erros, sem dúvida. Um deles foi ter descurado a pedagogia sobre a crise da dívida. Mas “não encontro ninguém das oposições – todas elas – que apresentasse soluções”, afirmou D. José Policarpo.

Estão focadas em tácticas de curto prazo – por exemplo, derrubar o actual governo. Para depois fazerem o quê? É urgente pensar no bem comum.