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Francisco Sarsfield Cabral

Os EUA mais isolados

28 out, 2013

A invasão do Iraque e a política de alianças meramente pontuais de George W. Bush criaram divisões com políticos europeus e muçulmanos.

Obama parecia empenhado em restabelecer os laços quebrados. Mas as escandalosas revelações sobre a espionagem americana deixam os Estados Unidos de Obama de novo isolados.

A luta contra o terrorismo depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001 parece ter permitido tudo. Os serviços secretos americanos espiaram nacionais e estrangeiros, de Dilma Rousseff a Angela Merkel, passando por dirigentes israelitas, sauditas, franceses, etc. E também espiaram empresas e gestores.

É verdade que a espionagem é tão antiga como o mundo. Só que, hoje, os meios tecnológicos permitem interceptar muitos milhões de conversas, telefónicas ou não, bem como e-mails. Ora os EUA possuem meios para tal que não se comparam aos de outros países. Por isso espiam a uma escala nunca antes vista.

O preço está na desconfiança que agora isola Obama do mundo e em particular dos aliados. Não é saudável para a liderança global da única superpotência, nem é bom para o mundo.