Tem vários defeitos, mas tem uma grande virtude: não protege gestores, empresas e outros agentes económicos. Muita gente tem ido para a cadeia por crimes financeiros.
Podem apontar-se muitos defeitos à justiça que é aplicada nos Estados Unidos. Por exemplo, o número excepcionalmente elevado de gente que está na cadeia e, entre os presos, uma quantidade de pessoas de raça negra muito superior à percentagem dessa raça no conjunto da população americana.
Mas de uma coisa não pode ser acusada a justiça norte-americana: de proteger os gestores, as empresas e outros agentes económicos, nomeadamente os que actuam em Wall Street, na área financeira.
O banco JP Morgan Chase deverá pagar uma multa recorde de 12 mil milhões de dólares por “más práticas hipotecárias”.
Diz-se que ao Bank of America será aplicada uma multa de cerca de seis mil milhões. E desde há décadas que muita gente tem ido para a cadeia nos EUA por crimes financeiros.
Num país onde o capitalismo é rei, com prejuízo da dimensão social, é de notar esta severidade da justiça para com os capitalistas. Que não é de hoje: em 1911, o Supremo Tribunal americano considerou que a Standard Oil do milionário Rockefeller era um monopólio ilegal e dividiu-o em 34 empresas menores.