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Francisco Sarsfield Cabral

Os independentes e os partidos

30 set, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Nas eleições de ontem concorreram muitos independentes. Alguns seriam “falsos independentes”, porque vinham de partidos que deixaram de os escolher para candidatos. Mas houve verdadeiros independentes que fizeram história, como Rui Moreira no Porto.

É positivo que concorram independentes, não porque os partidos sejam um mal, mas porque o monopólio das direcções partidárias na designação dos candidatos enfraquece a ligação entre os eleitores e os políticos.
 
Este monopólio, que persiste nas eleições legislativas, terá sido útil nos primeiros anos da democracia portuguesa após 1974, quando os partidos portugueses (tirando o Partido Comunista) eram recentes e tinham estruturas incipientes. Mas já é tempo de dar aos militantes partidários alguma voz na nomeação dos candidatos.

A possibilidade de haver candidaturas independentes não apenas nas autárquicas iria acelerar esse processo, obrigando a melhorar a própria acção dos partidos, que estão velhos e anquilosados. A concorrência, efectiva ou apenas potencial, de independentes estimula a modernização dos partidos.