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Francisco Sarsfield Cabral

O desmancha-prazeres

21 ago, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

É o que tem sido o banco central da Alemanha perante as intenções do governador do BCE, Mario Draghi. O Bundesbank parece o porta-voz da ala mais ortodoxa do meio financeiro alemão.

Na crise do euro, a instituição e a personalidade mais elogiadas têm sido o Banco Central Europeu (BCE) e o seu presidente, Mário Draghi.

Este último prometeu que o BCE faria tudo para salvar o euro, nomeadamente comprar dívida soberana de países em dificuldade, mediante certas condições. Pois J. Weidmann, governador do Bundesbank, o banco central da Alemanha, votou contra.

Apesar de Weidmann ter sido conselheiro de Merkel, a chanceler alemã não se opôs à estratégia de Draghi, que se mostrou eficaz a acalmar a especulação – embora nunca tenha sido concretizada, bastou o anúncio…

Há dias, Draghi anunciou que o BCE manteria as suas taxas directoras no actual nível historicamente baixo enquanto não houvesse sinais de sólida recuperação na economia da Zona Euro.

Pois o Bundesbank, sem contradizer directamente Draghi, afirma que as taxas de juro poderão subir, pois a promessa de Draghi está sujeita a condições (o que é verdade).

Não é normal os banqueiros centrais exprimirem tantas opiniões. O Bundesbank parece o porta-voz da ala mais ortodoxa do meio financeiro alemão. O que perturba os mercados.