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Francisco Sarsfield Cabral

O Papa Francisco e a segurança

22 jul, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Prescindiu do “papamóvel” blindado, recusou alterações ao programa por motivos de segurança e não aceitou ir falar com os jovens ladeado por polícias com metralhadoras. Papa prefere correr riscos para dar testemunho de paz.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, disse que talvez tenha sido uma má opção realizar o próximo campeonato do mundo de futebol no Brasil, em 2014. Blatter está preocupado com os protestos populares.

Esses protestos continuam, mas não assustam o Papa Francisco, que hoje chega ao Brasil para participar na Jornada Mundial da Juventude. O Papa prescindiu do “papamóvel” blindado. E recusou alterações ao seu programa no Brasil ditadas por motivos de segurança. Como também não aceitou ir ladeado por polícias com metralhadoras contactar pessoalmente os jovens.

É um risco? Com certeza, como era um risco o Arcebispo Bergoglio andar nos transportes públicos de Buenos Aires. Mas vale a pena correr riscos para dar o testemunho de paz do Papa. Não seria cristão tornar uma prioridade a segurança física pessoal – não foi isso que Cristo fez, como é óbvio.

Risco mais sério será a tentação da comunicação social para reduzir as palavras e os gestos do Papa Francisco no Brasil à mera área social e política. Essa é uma dimensão humana que o Papa não vai ignorar, mas irá muito além dela.