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Francisco Sarsfield Cabral

O interesse nacional

15 jul, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

É um “slogan” que soa cada vez mais a falso, sobretudo nos últimos dias, em Portugal. O espectáculo a que temos assistido torna francamente enjoativa a constante insistência nessa auto-proclamada paixão pelo interesse nacional.

Não há político que não invoque o superior interesse nacional para justificar o que ele, ou o seu partido, defendem. Não é absurdo: em teoria, os partidos e outros actores políticos batem-se por aquilo que, no seu entender, é melhor para o país. O que só podem concretizar se ganharem eleições e tiverem algum apoio na opinião pública.

Por isso, os políticos procuram a aprovação das pessoas. Têm de surgir sempre como paladinos do bem comum, sendo essa atitude verdadeira ou fingida.

Mas o espectáculo a que temos assistido em Portugal torna francamente enjoativa a constante insistência nessa auto-proclamada paixão pelo interesse nacional. É que são evidentes outras motivações, que nada têm a ver com o bem do país.

Desde motivações de mera táctica partidária, de ressentimento ou de “ficar bem na foto”, até ao simples desconforto pessoal com medidas de austeridade que a generalidade dos portugueses suporta em grau muito maior do que a maioria dos políticos.

Seria, assim, sensato não exagerar no “slogan” do interesse nacional, que cada vez mais soa a falso.