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Francisco Sarsfield Cabral

O ónus da prova

09 jul, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Está do lado da coligação PSD/CDS-PP. Os testes à sua solidez não se fazem esperar e o primeiro-ministro vai ter de demonstrar uma liderança mais forte. Para vir está um Orçamento do Estado ainda mais complicado.

A maioria das análises sobre a crise da coligação governamental avalia que político, que partido ganhou ou perdeu com ela. Mas sabemos quem mais perdeu: o país, todos nós.

Por isso, se o Presidente da República aceitar a solução encontrada pelo PSD e pelo CDS, cabe ao Governo reconquistar a credibilidade perdida, dentro e fora de Portugal.

O ónus da prova estará do lado da coligação PSD/CDS. Será fatal o menor sinal de desentendimento interno ou de incapacidade para cumprir os compromissos assumidos pelo Estado português. O que implica uma liderança do primeiro-ministro mais forte do que a revelada até esta crise.

Os testes à solidez da coligação recauchutada não se fazem esperar. Daqui a uma semana, na oitava avaliação da “troika”, vai estar presente a exigência de não falhar os compromissos do Estado quanto a reduções drásticas na despesa pública.

E será ainda mais complicado o Orçamento para 2014. Além das dificuldades já existentes, há agora uma adicional: convencer os mercados de que Portugal não é a Grécia. Dúvida que regressou com a absurda crise da coligação.