05 jul, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral
Recordo alguns exemplos mais recentes de incoerência. Portas queria menos austeridade no privado e mais no Estado; mas não apresentou o prometido guião para a reforma do Estado. Ficou pela retórica, a sua especialidade.
Há menos de três semanas, em directo nas televisões, orgulhava-se de inúmeras medidas deste Governo que se teriam ficado a dever ao CDS. Agora, acha que ele, Portas, tem pouca influência no Governo – e por isso demitiu-se.
O pretexto da demissão de Portas terá sido a sua discordância da nomeação de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças. Mas não se opôs a que um elemento do CDS tomasse posse como secretário de Estado da nova ministra.
Na sua moção ao adiado Congresso do CDS Portas critica a realização de eleições antecipadas, que podem levar a um segundo resgate. Com a sua demissão, pôs o pais à beira do que dizia querer evitar.