Fracasso no Afeganistão

21 jun, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

A segurança passou para as mãos dos afegãos e os talibãs decidiram que, afinal, querem negociar com o Presidente do país. Mas Karzai cancelou, à última hora, as negociações. A longa guerra no país terá servido para pouco.

As forças da NATO passaram esta semana para as autoridades afegãs a responsabilidade de defender a segurança no país. É um passo arriscado, pois ninguém sabe se os militares e as forças de segurança afegãs darão conta do recado.

Entretanto, os talibãs aceitaram negociar com Presidente Karzai e com os americanos. Até agora, haviam recusado conversar enquanto estivessem militares estrangeiros no Afeganistão (que, de resto, vão continuar, mas não em funções de combate); e desprezavam Karzai, classificando-o de “marionete” dos Estados Unidos.

Aliás, o anúncio destas negociações não impediu os talibãs de matarem mais soldados americanos.

Mas o governo de Karzai, à última hora, resolveu cancelar as previstas negociações, que deviam iniciar-se no Qatar.

As relações dos EUA e da NATO em geral com o corrupto Karzai sempre foram difíceis. Agora, porém, pode estar em causa o próximo futuro do Afeganistão, que não se afigura brilhante. A longa guerra naquele país terá, afinal, servido para pouco.

PS: Esta coluna não se publica na segunda e terça-feira próximas.