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Francisco Sarsfield Cabral

Eleições limitadas

14 jun, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Não são livres as eleições presidenciais desta sexta-feira no Irão. Passado o crivo de uma comissão religiosa são seis os candidatos a votos. Todos defensores do programa nuclear. Mas o Presidente do Irão manda pouco.

Hoje, há eleições presidenciais no Irão. É a primeira volta, se nenhum dos candidatos tiver maioria absoluta de votos. Mas não se pense que estas eleições poderão mudar grande coisa no Irão.

Primeiro, não são eleições livres. Os candidatos tiveram que ser previamente aceites por uma comissão dominada pelos religiosos fundamentalistas.

Um dos excluídos foi o antigo presidente Rafsanjani, um moderado. De cerca de 700 candidatos, apenas seis vão a votos. Todos eles defendem a continuação do programa nuclear iraniano.

Depois, a liberdade de expressão é limitada no Irão. Os candidatos menos simpáticos para o regime são discriminados. E a contagem dos votos deixa muitas dúvidas.

Em 2009, por exemplo, a reeleição de Ahmadinejad foi altamente contestada, por ter sido provavelmente fraudulenta.

Acontece, ainda, que o Presidente do Irão manda pouco. Quem realmente tem o poder supremo é o Ayatolla Ali Khamenei, da linha dura do regime.

Nos últimos dois anos, deterioraram-se as relações entre Khamenei e Ahmadinejad, com prejuízo para este último.