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Francisco Sarsfield Cabral

O novo choque petrolífero

28 mai, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Novas técnicas de extracção estão a lançar uma nova revolução no petróleo e gás natural. A Agência Internacional de Energia prevê que os Estados Unidos ultrapassem a Rússias e se tornem o primeiro produtor mundial de “crude” entre 2017 e 2020.

Fala-se pouco disso, mas o mercado mundial de petróleo e gás natural está em rápida evolução. Desta vez, o choque petrolífero parece ser o inverso dos choques de 1973 e 1979, que fizeram subir brutalmente os preços.

A produção de petróleo e gás nos Estados Unidos, que estava em queda desde há décadas, de 2008 para cá aumentou 50%. Prevê a Agência Internacional de Energia que os EUA se tornem o primeiro produtor mundial de “crude” entre 2017 e 2020 (actualmente é a Rússia), passando a exportador líquido em 2030.

Novas técnicas de extracção, sobretudo em rochas de xisto, explicam esta reviravolta. A qual já se sente no preço do barril, que quase atingiu 150 dólares em 2008 e agora anda pouco acima dos 100. E diminui o perigo de estarem concentradas no instável e perigoso Médio Oriente dois terços das reservas mundiais. Igualmente se reduz a capacidade da OPEP para manipular os preços do petróleo e do gás.

Para Portugal, que tem poucas fontes próprias de energia, esta é uma evolução favorável. Mas importa continuar a combater o desperdício energético que entre nós ainda existe.