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Francisco Sarsfield Cabral

O Islão como bode expiatório

27 mai, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

É verdade que se multiplicam os actos de violência de alegados fanáticos muçulmanos em países da Europa, mas convém não esquecer as mortandades em escolas ou o massacre na Noruega, em 2001, por um alegado defensor da “civilização ocidental”.

Na quarta-feira, dois jovens muçulmanos assassinaram em Londres um militar britânico, “vingando” a guerra no Afeganistão. No sábado, em Paris, um militar francês quase morreu depois de agredido por um homem, que fugiu, vestido com uma túnica árabe.

As tropas francesas estão a iniciar o regresso do Mali, onde foram combater o terrorismo islâmico. Estes crimes parecem ter em comum com os atentados na maratona de Boston o facto de serem realizados por um, dois ou três fanáticos muçulmanos, provavelmente não integrados em redes terroristas organizadas.

Na Grã-Bretanha, multiplicam-se os ataques a muçulmanos e a mesquitas. E a extrema-direita europeia aproveita os muçulmanos como bodes expiatórios para alimentar o racismo e xenofobia.

Compreende-se que as populações se inquietem. Mas convém não esquecer as mortandades em escolas (e não só) nos Estados Unidos, os assassinatos de islâmicos por neonazis alemães (agora em julgamento) ou o massacre de cerca de 70 estudantes em 2011, na Noruega, por um alegado defensor da “civilização ocidental”.

O bode expiatório islâmico tem as costas largas.