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Francisco Sarsifeld Cabral

Evitar desilusões

03 mai, 2013 • Francisco Sarsifeld Cabral

O Presidente francês prometeu, durante a campanha, um combate à austeridade e a promoção do crescimento económico. Mas não foi capaz de fazer frente a Angela Merkel. Em Portugal, o líder do PS já afirmou que os sacrifícios vão continuar.

No fim do primeiro ano do seu mandato como Presidente da República de França, François Hollande tem um baixíssimo nível de aceitação nas sondagens.

Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, está à frente de Hollande e o seu partido recolhe 40% das intenções de voto. Os franceses estão desiludidos – porque foram iludidos.

Há um ano, Hollande centrou a sua campanha eleitoral no combate à austeridade e na promoção do crescimento económico. O que implicaria ser capaz de contrariar a chanceler Merkel, em vez de fingir concordar com ela, que tinha sido a atitude do anterior Presidente, Sarkozy.

Mas a Alemanha não mudou praticamente nada. Hollande conseguiu apenas tornar conflituosas e azedas as relações franco-alemãs. Internamente, o desemprego dos franceses continua a subir e o défice das contas do Estado levou a medidas de austeridade.

No discurso de encerramento do congresso do PS, António José Seguro referiu a necessidade de continuar os sacrifícios. Talvez o exemplo de Hollande o tenha alertado para os perigos de prometer o fim da austeridade e a retoma do crescimento.