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Francisco Sarsfield Cabral

Isolacionismo nos EUA

02 mai, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Não têm sido felizes as intervenções militares norte-americanas no estrangeiro, o que pode estar na origem da relutância do Presidente Obama em avançar para novas missões. E feche os olhos à utilização de armas químicas pela Síria de Assad.

Não foi feliz a experiência americana de intervenção militar externa nas últimas décadas. A derrota no Vietname foi humilhante. No Kosovo, com Clinton, a guerra foi travada apenas do ar. Antes, os Estados Unidos ganharam a primeira guerra do Golfo, contra o Iraque de Saddam Hussein, mas não derrubaram o tirano. Fizeram-no na invasão do Iraque, tendo Saddam sido enforcado em 2007.

Mas a guerra do Iraque não correu bem – política e militarmente. Em parte por causa da prioridade dada por George W. Bush a essa guerra, a campanha no Afeganistão, apesar de legalizada pela ONU, está prestes a terminar, sem ter conseguido pacificar o país.

Percebe-se, por isso, a relutância de Obama em se meter em novas incursões no estrangeiro. No ataque à Líbia de Khadafi, os americanos actuaram na retaguarda. E agora adiam uma eventual intervenção na Síria, apesar de há um ano Obama ter dito que não permitiria que Assad ultrapassasse uma “linha vermelha” – usar armas químicas.

Tudo indica que estas foram utilizadas, mas Obama arranja pretextos para não intervir. Não é positivo para a liderança mundial dos Estados Unidos.