Enquanto em vários países europeus se defende o fim da austeridade, na Alemanha, Angela Merkel lidera as sondagens porque os alemães são favoráveis à austeridade nos países do euro em dificuldade.
O “cansaço da austeridade” começa a manifestar-se. Os islandeses chamaram de novo para o Governo os partidos de centro-direita, que estavam no poder quando, há cinco anos, se deu o colapso bancário do país. Foram derrotados os partidos que impuseram a austeridade que se seguiu.
Na Irlanda, o Fianna Fáil, agora na oposição mas que governava na altura da crise que levou ao resgate da “troika”, disse não apoiar mais medidas de austeridade – posição semelhante à do PS português.
No congresso do PS multiplicaram-se os depoimentos de socialistas europeus contra a austeridade, incluindo o de Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu. Os socialistas franceses acusaram a chanceler Merkel de ser “egoísta”.
Merkel é, de facto, o rosto a austeridade na Zona Euro. Que, para ela, é simplesmente equilibrar os orçamentos. Por isso, muitos esperam que as eleições de Setembro na Alemanha enfraqueçam Merkel, permitindo aliviar a austeridade.
É uma ilusão: Merkel lidera as sondagens, porque a opinião pública alemã é largamente favorável à austeridade nos países do euro em dificuldade.