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Francisco Sarsfield Cabral

Dois atrasos governamentais

18 abr, 2013 • Francisco Sarsfield Cabral

Governo perdeu dois anos – metade do seu mandato. Deveria ter posto em marcha uma estratégia de cortes racionais na despesa pública, agora vai ser mais difícil evitar cortes cegos.

Portugal tem de acabar com os “cortes cegos” na despesa pública, defendeu há dias Teodora Cardoso, presidente do Conselho Nacional das Finanças Públicas e uma excelente economista.

Classificando esses cortes de “contraproducentes, Teodora Cardoso admitiu que novas medidas restritivas até podem ter efeitos positivos na economia, se envolverem ganhos de eficiência. E apelou à criação de uma lei de responsabilidade orçamental, visando todos os que decidem despesas do Estado e não apenas os ministros das Finanças.

Infelizmente, como o Governo se atrasou na reforma do Estado e como o chumbo de quatro medidas do Orçamento pelo Tribunal Constitucional torna, agora, tudo muito urgente, vai ser difícil evitar cortes cegos.

O Governo de Passos Coelho perdeu dois anos – metade do seu mandato – durante os quais deveria ter posto em marcha uma estratégia de cortes racionais na despesa pública.

Também se atrasou outro tanto em solicitar a colaboração do PS.

Oxalá não sejam dois atrasos irremediáveis para o nosso futuro colectivo.